segunda-feira, janeiro 30, 2006

transito

arranquei o carro
quando o sinal abriu
sempre correndo se estou na primeira fila
virei pra direita
o resto dos carros da avenida que eu estava
foi em frente
e eu vi la no cruzamento
num carro pequeno bem pretinho
com o sinal de alerta piscando
ela atras do vidro
balancava as maos
buzinava e pedia a todos
que parassem
uma emergencia
desci do carro correndo
pulei no meio da rua
fazendo sinal para os carros
um onibus viu
e parou
os outros carros por fim pararam
ela acelerou e passou
tudo muitissimo rapido
ela gritou
tchau
eu gritei
te amo

morro de vergonha
do amor

sexta-feira, janeiro 20, 2006

bons tempos

antigamente
eu achava
que no futuro
algum dia
eu escreveria
tudo aquilo
que pensava
fico protelando este dia
vou esquecendo o que diria
na velhice
nao quero mesmo
eh nenhuma
obrigacao

quarta-feira, janeiro 11, 2006

bichos

os cães são
aquelas pessoas
que passam
por nossas vidas
os gatos não
acabam
ficando

LOS PERROS
SON AQUELLAS PERSONAS
QUE PASAN POR NUESTRAS VIDAS
LOS GATOS
NO
NOS LOS ACABAMOS
QUEDANDO

vaga

Esperar mais um pouco
Comecar a escrever assim
Vagamente
Minha mente
Tem vaga

susto

As vezes
Desenhar
Parece um quase
Dizer nada
Descrever
Imaginar as formas
As coisas
Da muito susto
Ver

li

De tudo
Só podia
Ficar mesmo
A escrever

Todo fazer
Me torna feito
Escrito
Desfeito

A cada verso
Escrevo
Um dia

Se não é verso
O dia
Foi pura
poesia

remedio

vivo sim agora
medicadinho
pra nao chorar

escuta

puxar
conversa
com alguem
eh um pedido
de socorro
nao quero
falar sozinho
fala comigo?

sinto

de mais na vida
eu sinto falta
de ser
amigo

portugues

eu nao tenho estudo
mas nao eh por isto
que eu erro a pontuacao
eh mesmo por vergonha
quem sou eu pra separar
duas palavrinhas
e ali no meio delas
virgula

poesia

Isto que eu penso
Acho lindo
Escrevo
Tudo isto
Eh so mesmo
O que todo mundo eh
Fico tao feliz
Em ser gente
Que acho que eh
poesia

eu

sempre
pareco
parado

inicio

No principio
Uma filha
Viveu pouquinho
Candida
Ela chamava
Eu andava pelas ruas
Com saudade
Das flores
Se ela tivesse
Vivido
As flores
Seriam dela

afogo

Tudo que faco eh sem profundeza
Eh sempre este rasinho
Boiando
Nadando
Tenho medo de ir no fundo

anote

Precisa constar
O descompromisso
Eh facultativo
Doacao

destino

Minha historia
Eh esta
Ficar quietinho
Esperando alguem cair do ceu
Gosto mesmo
Eh de fazer sorrir
Sem exagero
La dentro
Fundo
Cosquinha
Na alma

bom dia

diminutivos
grandes ternuras
sou este assim
candidamente
caldinho insosso


e como agora
eh de manha
mingal
sem gosto

de outro

e estes versos
que eu esqueco
vao parar em outras
escrivaninhas

quando depois
eu leio
espanto

duvida

na minha equipe
no meio do mato
na hora do almoco
eu tinha um colega
que no fim
dentro da marmita
ele jogava agua
misturava tudo
bebia o caldinho
ela falava
lavagem

la em casa na geladeira
a helena guardava
resto de comida
de muitos dias
levava pro porco
que ela tinha em casa
e ia no fim de semana
com uns sacos grandes
as vezes pingando no onibus
lavagem

desgraca pouca eh bobagem
comida no fim
eh lavagem

campainha

vozes eu nao ouco
nao escuto vozes
escuto so
o telefone tocar
chamando
nao atendo nunca
mas as vezes escuto
sinal de ocupado

depressao

durmo
sem cama
no colchao

mais forca
pra levantar
do chao

so

esse tanto tudo
que a gente
esta vivendo
eh um
cuspe

e

entao
eh um peso
uma ilusao
porque
tao bom

conversa

-esqueceu?
-nao
-deslembrou!
-...

ali

tira a mulher da sua vida...

meu passado ali
furadinho

passarinho

assim que o dia
acordou
ali
no parapeito
da janela
tinha nada nao
so vento
e bom dia

nomes

eu nao sei
que direcao
tomar
eu nao sei mais
aonde eu
deva ir
nome de pedreiro

pressa

devagarinho
meu desejo
dura mais

dois

por causa destes
dois olhos
de inicio
ja dois
pontos de vista

alma

cresci aos pulos
minha alma
sempre atrasada